Waimiri Atroari

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Desafios Histórico (Grandes Empreendimentos)

Construção BR-174

1967-1977

Mineração Taboca

1979

Hidrelétrica de Balbina

1985-1989

Linhão de Tucuruí

2023

Construção BR-174 (1967-1977)

Entre 1967 e 1977, a construção da rodovia BR-174, que liga Manaus (AM) a Boa Vista (RR), atravessou o território tradicional do povo Waimiri Atroari, resultando em um dos períodos mais trágicos de sua história. Inserida no Plano de Integração Nacional durante o regime militar, a obra provocou conflitos violentos, epidemias e perda territorial, levando à drástica redução populacional.

O contato forçado com trabalhadores e militares trouxe doenças e violência armada, destruindo aldeias e desestruturando a cultura Waimiri Atroari. A abertura da rodovia também facilitou invasões e atividades de mineração e agropecuária, agravando a situação do povo. Décadas depois, ações como o Programa Waimiri Atroari (1988) foram criadas para reparar parte dos danos e promover a proteção e autonomia dessa comunidade.

Construção Mineração Taboca (1979)

A instalação da Mineração Taboca, no fim da década de 1970, provocou graves impactos sobre o território e a vida do povo Waimiri Atroari. A revogação do Decreto nº 68.907/1971, que reduziu em 526 mil hectares a Terra Indígena, permitiu a exploração de minérios e resultou em desmatamento, invasões e poluição dos rios da bacia do Alalaú. A atividade mineradora também gerou emissão de CO₂ e degradação ambiental, agravando as consequências deixadas pela construção da BR-174 e reforçando a importância da proteção e recuperação do território Waimiri Atroari.

Usina Hidrelétrica de Balbina (1985-1989)

A construção da Usina Hidrelétrica de Balbina (1985–1989) representou mais um impacto severo sobre o território e a vida do povo Waimiri Atroari. O enchimento do reservatório provocou a inundação de cerca de 30 mil hectares de sua Terra Indígena, afetando diretamente 29% da população e forçando a realocação de várias aldeias localizadas na área alagada.

A formação do lago alterou profundamente o ambiente natural: caça, pesca e coleta de alimentos — atividades essenciais à subsistência do povo — foram drasticamente reduzidas. A inundação também causou a destruição parcial da flora e fauna locais, comprometendo ecossistemas inteiros e as condições de vida tradicional.

Esse episódio consolidou um período de grandes perdas ambientais e culturais para os Waimiri Atroari, evidenciando os custos humanos e ecológicos dos grandes empreendimentos na Amazônia e reforçando a necessidade de respeito e proteção efetiva aos territórios indígenas.

Linha de Transmissão AM-RR (2023)

A Linha de Transmissão Manaus–Boa Vista (AM–RR), concluída em 2025, atravessa parte do território tradicional do povo Waimiri Atroari, representando mais um desafio na relação entre grandes obras de infraestrutura e os direitos indígenas. Após anos de negociações, o projeto foi autorizado mediante a implementação de medidas de mitigação e compensação voltadas à proteção ambiental e sociocultural da Terra Indígena.

Essas medidas incluem monitoramento contínuo, ações de preservação ambiental, apoio a projetos sustentáveis e melhorias em saúde, educação e vigilância territorial, buscando assegurar que a operação da linha ocorra de forma responsável e respeitosa à autonomia e ao modo de vida do povo Waimiri Atroari.